segunda-feira, 21 de junho de 2010

Núcleo da Canção comenta Noel Rosa


Dentro das comemorações do centenário de Noel Rosa, em 2010 o Núcleo de Estudos da Canção destinará boa parte das atividades a estudar e comentar sua obra. O compositor é um dos formadores do que hoje se conhece como canção popular brasileira, tendo produzido, apesar da vida breve, uma obra rica e numerosa.

No dia 21 de junho, às 19h, no Plenarinho da Reitoria, Luís Augusto Fischer e Luciano Zanatta 
introduzem o público no universo de Noel, através da audição comentada de algumas canções do compositor.

Luís Augusto Fischer tratará de duas versões de Noel, Mardade da cabocla (1931) e Quando o samba acabou(1933), para um mesmo tema e melodia. Para Fischer, as diferenças de uma para outra são um exemplo de processamento formal bem sucedido, que acompanha o momento de estabilização do samba-canção moderno e o abandono da tendência literária dita “regionalista” em favor do mergulho da literatura no universo urbano. Na sequência, Luciano Zanatta abordará a contribuição dos elementos de arranjo instrumental para a identidade da canção na obra compositor carioca.

Luís Augusto Fischer é professor de Literatura Brasileira na UFRGS, com tese sobre a crônica de Nelson Rodrigues, e escritor com alguns livros publicados, entre os quais o Dicionário de porto-alegrês, a novela Quatro negros e Duas águas. É responsável pelo curso de Canção Popular Brasileira no Instituto de Letras da Universidade. Em 2007, recebeu da Secretaria Municipal de Cultura o Prêmio Joaquim Felizardo como Intelectual do Ano de Porto Alegre.

Zanatta é Doutor em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Integrou bandas como a Aristhóteles de Ananias Jr. e Os Relógios de Frederico, e com elas lançou diversos discos. Em 2002 gravou o seu álbum solo, Volume 2. Atualmente é professor-adjunto do Departamento de Música da UFRGS.

O Núcleo de Estudos da Canção foi criado em 2008 com o objetivo de formar um espaço permanente para a troca de conhecimentos sobre a canção popular brasileira. Os encontros mensais têm formatos diversos, contemplando apresentação de pesquisas, entrevistas e audições comentadas. É uma promoção da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS / Departamento de Difusão Cultural e tem a coordenação dos professores Luciano Zanatta e Luís Augusto Fischer.


O QUÊ: Luís Augusto Fischer e Luciano Zanatta comentam Noel
QUANDO: 21 de junho, segunda-feira, às 19h.
ONDE: Plenarinho – Térreo da Reitoria, Campus Central da UFRGS
QUANTO: Entrada Franca. Inscrições através do site www.difusaocultural.ufrgs.br/agendamentos
Mais informações: 51 - 3308.3034 / 3308.3933

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os muitos modelos de guitarras: Entenda as diferenças



Saiba mais sobre as clássicas Fender Stratocaster, Telecaster, Jaguar e Jazzmaster

Mito formado entre músicos e alimentado de geração em geração, a Fender já tem seu lugar cativo entre os guitarristas e ainda consegue manter seu forte apelo entre os iniciantes. Isso não poderia ser diferente ao se considerar uma marca que foi abraçada e imortalizada por guitarristas como Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton, Keith Richards e Muddy Waters.

Fundada por Leo Fender no final da década de 1940 – posteriormente vendida à CBS em 1965 – , a Fender foi a primeira fábrica a viabilizar a produção comercial de uma guitarra elétrica em larga-escala. Foi assim que surgiu a Nocaster – também chamada Broadcaster – que originou a primeira grande guitarra da Fender em 1951: a Telecaster. 

Não bastasse isso, a Fender também criou o Precision Bass – o primeiro baixo elétrico do mundo – tornando mais acessível o power-trio, a pedra fundamental de uma banda e sua combinação clássica: guitarra, baixo e bateria. A portabilidade e acessibilidade dessas duas criações Fender revolucionaram e democratizaram o cenário musical, que na época era dominado pelas big bands. 

Em 1954, três anos depois do início da produção da Telecaster, foi lançada a Stratocaster, que se tornou a guitarra mais popular e reconhecida mundialmente. Esses dois modelos consagraram a marca e, anos depois, com o lançamento da Jaguar e da Jazzmaster, formaram o que a fábrica Fender designa como "The Big Four" ou "As Quatro Grandes" guitarras da marca. 


STRATOCASTER - 1954











Fender Stratocaster


Anderson Silva, músico e vendedor especializado em guitarras, caracteriza a Stratocaster como uma guitarra superversátil para tocar inúmeros estilos; do pop até o metal. Com três captadoressingle coil e uma chave seletora de cinco posições, a Strato é um instrumento que oferece uma gama variada de timbres. Apesar de as primeiras guitarras Stratocaster terem sido lançadas na década de 1950, "ela ainda tem uma pegada muito confortável no braço e o design moderno", diz Anderson Silva.

"Entre os guitarristas mais conhecidos que usaram e usam a Stratocaster, temos o antológico Steve Ray Vaughan, bluesman com uma pegada muito forte e mais pesada; Jimi Hendrix, com uma pegada mais leve, Buddy Guy, outro bluesman com uma pegada mais melódica e que até hoje usa a Stratocaster", destaca o músico.

Apesar de ser a escolha de figuras já consagradas, a Fender Stratocaster não é a guitarra mais cara nem a que tem o melhor acabamento. A posição ocupada hoje pela Fender tem relação não só ao apuro técnico, mas também à sua história e ao fato de ter sido a primeira fábrica a produzir guitarras em larga escala.

Anderson Silva ressalta que "por mais que haja outras marcas mais caras e com melhor acabamento, a Stratocaster tem seu apelo e seu lugar; é uma guitarra que cativa também por sua história".

Não é por acaso que muitos fendermaníacos prefiram os modelos mais antigos. Como qualquer marca, a Fender moderniza suas guitarras e seus equipamentos, mas é comum que as Fender antigas sejam as mais procuradas. Nos Estados Unidos, há lojas que só vendem relíquias, muitas a preços impressionantes.

Segundo o Anderson Silva, o timbre estalado da Fender é o que todo mundo procura; "um som mais brilhante, menos opaco". "Quem é fendermaníaco gosta do captador vintage, com uma característica de som mais aberto e mais estalado", finaliza.



TELECASTER - 1951










Fender Telecaster


A Telecaster é a guitarra mais antiga da Fender e pode ser considerada a primeira experiência para se chegar à Stratocaster. Com dois captadores single coil, um a menos que a Strato, e uma chave seletora de três posições, a Telecaster tem uma característica de som mais "magro" e um campo de timbres mais limitado, além de um design de braço e corpo diferenciado.

"A Tele desde sempre foi usada no estilo country, mas é uma guitarra muito bacana para tocar outros estilos também. Dois nomes antológicos que sempre usaram uma são Keith Richards eMuddy Waters", destaca Anderson Silva. "Keith, do Rolling Stones, conseguiu achar na Tele o timbre para fazer rock 'n' roll; e Muddy Waters conseguiu achar o timbre que ele queria para fazer blues", completa.

A Telecaster mais conceituada é de 1952. "Na Tele 52, o captador grave do braço tem uma característica de som mais aveludado e o captador agudo da ponte chega a ser mais agudo que o captador das Stratocaster. É uma guitarra que foi imortalizada e até hoje é vendida. Ela tem seu lugar, suas aplicações", diz o músico.



JAGUAR - 1962





Fender Jaguar



A Jaguar é uma guitarra que tem no design seu maior apelo. Apesar de ter apenas dois captadores, a madeira mais densa e pesada utilizada na construção do corpo amplia a variação de timbres desse instrumento.

"Muitos músicos achavam que ela teria características de timbre mais agudo e mais limitado, mas quando tocavam a Jaguar, percebiam que ela tinha uma característica de timbre mais grave e bem diferente devido à madeira que é usada, mais densa e pesada. É uma guitarra que ficou muito inserida no surf music, talvez por seu design", diz Anderson Silva.


JAZZMASTER - 1958










Fender "Sonic Youth" Jazzmaster


A Fender Jazzmaster é para a Jaguar o que a Telecaster é para a Stratocaster. Segundo Anderson Silva, essa guitarra mantém o timbre "mais estalado", um som mais "magro" com dois captadores single coil e um design próximo da Jaguar.

"A Jazzmaster não é uma guitarra muito conhecida no meio dos guitarristas e tem pouco apelo. O corpo lembra a Jaguar e a parte de trás da guitarra lembra um pouco a a Telecaster também. É uma Fender, mas não é muito comercial.", diz o músico.

A Jazzmaster tem presença marcante no cenário indie. Entre grupos que usam esse modelo, estão o Sonic Youth, Dinosaur Jr e Yo La Tengo.


Fonte: Cifra Club News